A alimentação dos pacientes do Hospital Bertioga, no litoral de São Paulo, vem fazendo sucesso nos corredores da unidade de saúde e nas redes sociais por conta das mensagens motivacionais e os desenhos colocados nas marmitas. Uma ex-paciente chegou a levar para casa as tampas dos potes com mensagens após receber alta.
Em entrevista ao G1 nesta quinta-feira (23), a chefe de nutrição do hospital, Talita Brito, contou que a ação começou com os copeiros levando bilhetes para os pacientes que aparentavam estar tristes. “Eles mandavam bilhetes com corações e palavras para confortar os pacientes. Reparamos que tinha um feedback positivo e decidimos expandir.”
“O paciente não é só um paciente. Tem alguém esperando por ele, querendo ele bem. Eu sempre digo aos profissionais: ‘Não sirvam nada que vocês não gostariam de comer, pensem que vocês estão cuidando de um ente querido de vocês’. Minha equipe abraçou minha forma de trabalhar”, conta.
Os pacientes da enfermaria geral recebem os recados escritos nas tampas das marmitas das principais refeições. “Tem paciente que leva as tampas para casa. Eles gostam do tratamento, porque melhora o dia deles e, assim, os incentivamos a comer também”, relata Talita.
Uma das pacientes que levou as tampas decoradas com as mensagens foi a cozinheira Jane Souza, de 48 anos, que ficou internada por duas semanas devido a um quadro de pressão alta em dezembro do ano passado. “Tiveram momentos em que eu estava muito pra baixo, longe da família, internada no hospital. Me sentindo péssima. Os profissionais chegavam de manhã com essa gentileza e me botavam pra cima”, conta.
“Tiveram um cuidado tão imenso nos primeiros momentos em que eu fui internada que me senti acolhida, muito bem cuidada. Tenho muita gratidão por todos eles”, conta Jane. Ela levou as tampas para casa e publicou, em suas redes sociais, um texto de agradecimento aos profissionais da unidade de saúde.
Humanização
A chefe de nutrição explica que a humanização é complementada com atendimento personalizado. “Nós também temos cardápios especiais para cada paciente, de acordo com o que cada um mais gosta de comer”, conta. “Também perguntamos como está o dia do internado, chamamos pelo nome, damos bom dia. Tratamos como parte da família”, finaliza.
Fonte: G1