A secretaria municipal da Educação de Itapeva, Patrícia Aparecida Felício Matos falou com a equipe do Jornal Ita News sobre a volta às aulas e a questão dos processos seletivos feitos para o ingresso de novos funcionários na rede de educação.
Patrícia falou sobre a determinação do Tribunal de Contas que aponta a necessidade de concurso público para suprir as vagas de professores existentes na rede e diminuir assim os professores eventuais em sala de aula.
A secretária que já trabalhou na zona rural, na periferia e por último em escola do Centro de Itapeva, diz que essas experiências a capacitam para entender melhor a demanda de cada localidade e assim trabalhar em conjunto com os demais setores da pasta. Confira:
IN- O que está havendo com o processo seletivo que não ocorre mais para a chegada de novos professores?
Patrícia- O processo seletivo já ocorreu e está vigente, então até o mês de maio os professores que passaram pelo processo seletivo podem ser chamados para eventualidades, e as portas da educação estão abertas para as pessoas que fizeram o processo seletivo nos moldes do ano passado e retrasado. As aulas apenas começaram agora e estamos sentindo como está a rede e onde há vacância o diretor tem autonomia para chamar o eventual.
IN- Existe alguma determinação do Ministério Público proibindo futuros concursos?
Patrícia- Concursos não, mas professor eventual sim, o Tribunal de Contas vem apontando há alguns anos que o número de eventuais estava acima dos 30% porque existiam muitas vagas livres, se há vagas livres e uma porcentagem tão grande, há necessidade do concurso público, esse concurso aconteceu para todas as áreas da educação, tivemos concurso para diretor de escola, para supervisor, para professores do fundamental 1 e 2, para secretário, para monitores e orientadores de alunos. Então esses cargos vagos serão ocupados pelos professores e profissionais aprovados no concurso, só que isso ao longo do ano letivo, o edital teve uma preocupação de pontuar as vagas mínimas, porque nós não podemos ser imprudentes quanto a saúde financeira do município, então nós fizemos um estudo do impacto financeiro e aos poucos esses profissionais irão ingressar na rede, temos dois anos para chama-los, não precisam ser chamados de imediato, então chamaremos 80 profissionais monitores, 12 secretários, 7 diretores de escola, 4 coordenadores, para que as escolas fiquem contempladas com o grupo de gestão e o grupo de apoio, ao longo do processo virão os professores, orientadores e os demais aprovados e com isso a figura do eventual sempre irá existir, porque sempre vai ter um professor titular que vai se afastar, mas esse número de eventual vai reduzir de forma significativa e ai o Tribunal de Contas aprova, o que não pode é esse número exorbitante de eventual na rede, sempre vai ter a figura do eventual e do estagiário mas em número menor porque ai a gente cumpre a determinação do Tribunal de Contas.
IN- Para aqueles que sonham em trabalhar na Secretaria da Educação, qual a previsão de tempo para um novo concurso?
Patrícia- Assim que nós contemplarmos as vagas existentes ai será feito um novo estudo para saber as vagas que virão porque os profissionais vão se aposentando e ai tem a perspectiva de um novo concurso, mas não acontece neste ano porque acabamos de ter um concurso público, então temos os aprovados, mais a lista de espera, então ao longo dos dois anos que podem ser prorrogados nós temos que acomodar as pessoas que foram aprovadas, pois senão o concurso expira e os que foram aprovados tem a possibilidade de ingresso.
IN- Quanto a volta às aulas, como está ocorrendo o processo?
Patrícia- Nós iniciamos os trabalhos com os profissionais da educação no dia 03 para o planejamento, para a acomodação dos espaços físicos, para o recebimento da comunidade, algumas escolas fizeram reunião de pais, porque nossos profissionais da educação estavam de férias, eles voltaram dia 03 para o planejamento e com o encaminhamento do próprio centro de formação para que eles possam fazer estudo do documento pontuado pela Base nacional, a partir do dia 04 ai sim tivemos o início das aulas com as crianças em todas as escolas do município tanto da zona urbana como da zona rural com o período de adaptação das crianças menores, pois crianças pequenas por mais que já tenham frequentado a educação infantil, muda professor, muda espaço e então elas estranham um pouco, então nesse momento é momento de acolhimento nessas duas semanas até porque para que a gente possa sentir a rede no sentido de professores que ainda precisam ser chamados, é um momento de diagnóstico, enquanto isso a comissão de atribuição está na ativa para atribuir as vagas remanescentes , ontem tivemos professores auxiliares aqui, tivemos professores PEBs que ampliam jornadas, então é momento de sentir a rede e ir contemplando todas as escolas. Começamos bem, o concurso tem uma portaria que já encaminhamos ao senhor prefeito, ele já despachou, já está no RH, já foi publicado, e os profissionais começaram a ser convocados, apresentando os documentos, tomaram posse. Enquanto isso algumas vagas tiveram que ser preenchidas por indicações e como nós indicamos? São profissionais da rede, não há ninguém de fora, nem pode. Por exemplo, temos a escola do Guari, é uma escola enorme, lá existe uma vaga para o diretor, para ingresso do concurso, enquanto esse diretor não toma posse nós indicamos a coordenadora da escola para que assumisse a direção, um professor para que assumisse a coordenação enquanto a coordenadora vai para a direção, para que as escolas não fiquem sem direção e sem coordenação, ingressando o profissional titular, a diretora volta para seu cargo de origem que é a coordenação e professor que está na coordenação volta para a sala de aula, então fizemos essa logística, então até o final de fevereiro e começo de março todas as escolas estarão contempladas com esses dois grupos e ai começaremos a chamar os novos grupos com as vagas remanescentes.
IN- A população então pode então esperar com otimismo a sua administração?
Patrícia- Vou fazer o meu melhor, sou funcionária de carreira, essa demanda eu conheço porque sai da escola, fui diretora em 2003 de uma escola de zona rural no Pacova, então a logística do transporte eu já vivi, depois vim para escola de periferia onde fiquei seis anos e conheço aquela realidade e hoje sou diretora de uma escola do Centro, então são três realidades muito diferente que me deram a possibilidade de conhecer a rede como um todo, então a demanda da rede eu conheço, pois sai do chão da escola, então sei sobre transporte, sobre merenda, atribuição de aula, participei de todos os conselhos, conselho municipal da educação eu fui participante ativa, do Fundeb eu fui presidente, o CAI eu também tive a oportunidade de participar, então eu conheço a engrenagem, é claro que administrar uma escola é diferente do que administrar 68, mas quando conhecemos a demanda de uma escola fica mais fácil de a gente ampliar esse olhar e a secretaria em seus departamentos é uma engrenagem e ela garante o trabalho nas escolas, temos um perspectiva de formação continuada para os professores muito boa esse ano, então tudo aquilo que a gente acredita é aquilo que farei aqui, passo a passo com muita humildade. Todo mundo que passou por aqui deixou um legado e minha responsabilidade é de continuar com esse legado, passo a passo, com humildade, resiliência e estudo.