A advogada e professora Renata Domingues de Oliveira Simão teve um artigo de sua autoria aprovado para publicação em livro físico e digital, editado pela OAB Editora e lançado na lll Conferência Nacional da Mulher Advogada, o maior evento da Advocacia Feminina do Brasil.
Nesta edição 2020, em Fortaleza/CE, o evento contou com cerca de 3 mil mulheres, das mais diversas localidades do país, imbuídas do espírito de defesa e luta por Igualdade, Liberdade e Sororidade.
Muitas personalidades vieram à Conferência, como por exemplo a Sra. Maria da Penha, que deu nome à lei de enfrentamento à violência contra a mulher; a Dra. Cleá-Carpi, primeira e única mulher a receber a Medalha Rui Barbosa – maior honraria da Ordem dos Advogados do Brasil; a Dra. Marie-Aimée Peyron, ex-presidente da Ordem dos Advogados de Paris. Elas e tantas outras mulheres promoveram ricas discussões, não só para a advocacia feminina, mas para toda a sociedade brasileira. Nos 14 painéis da conferência, bem como nos workshops, oficinas e mesas redondas, temas essenciais para a mulher advogada estiveram em pauta como “a mulher negra na advocacia, a igualdade de gênero, o direito de família, o desenvolvimento econômico, a violência contra a mulher, as prerrogativas da mulher advogada, a participação feminina na política e no sistema OAB, entre outros.” (cf. OAB Nacional).
O livro lançado no evento chama-se “Igualdade, Liberdade e Sororidade” e foi organizado pela Dra. Daniela Lima de Andrade Borges, Presidente da Comissão Nacional da Mulher Advogada. Segundo ela, a obra “foi concebida como uma forma de fomentar as reflexões e as pesquisas sobre direitos das mulheres, entre advogadas e advogados, e, ao mesmo tempo, garantir a divulgação do resultado desses estudos. A realização dessa obra é resultado do esforço de todos os profissionais do Direito que enviaram seus artigos e, com isso, contribuíram para o enriquecimento dos debates em torno do tema proposto.” (cf. Prefácio, p. v).
A Comissão de Avaliação dos artigos recebeu inúmeros trabalhos, do Brasil todo, dos mais variados temas relacionados à temática proposta, tendo sido selecionados apenas 30 para compor o livro, dentre os quais um é de autoria da professora Renata Domingues, intitulado “Empreendedorismo como instrumento de empoderamento da mulher advogada”. O texto levanta a discussão sobre se seria possível pensar em outros instrumentos para fomentar o empoderamento da mulher advogada, além de leis e políticas públicas. Provoca indagações do tipo: “quantos escritórios de destaque nas comarcas são comandados por mulheres? Quantas mulheres advogadas são referências nas áreas em que atuam? Se somam praticamente 50% da advocacia, porque não são 50% da advocacia de destaque, 50% da advocacia que é referência?”. E aponta como uma das razões para essa desigualdade a falta de noções de empreendedorismo. “Para ser uma profissional de sucesso, cada vez mais vem sendo exigida a capacidade de empreender, de ser multitarefas, de ser produtiva e ágil na solução de problemas, na tomada de decisões e na finalização de projetos, de ser criativa e visionária. A advogada precisa reconhecer-se como empreendedora, pois o escritório de advocacia é como uma empresa e, como tal, precisa ser planejado e comandado estrategicamente”, disse Renata Domingues.
Ela conclui o trabalho apontando algumas sugestões: reestruturação das diretrizes curriculares do curso de Direito, inserindo disciplinadas voltadas para administração e empreendedorismo, que auxiliem o estudante a planejar sua carreira, a se preparar para enfrentar o mercado de trabalho e a gerir um negócio. Além disso, a Ordem dos Advogados do Brasil também pode estabelecer políticas de auxílio e estímulo ao empreendedorismo; e, por fim, o empreendedorismo também pode ser fomentado pela sororidade, as mulheres advogadas, sendo mais parceiras e unidas, podem ajudar umas às outras a se destacar no mercado de trabalho. “Elas não podem enxergar-se como concorrentes. Devem buscar exercitar a empatia, colocar-se no lugar da outra, não emitir julgamentos… O sucesso de uma é o sucesso de todas, quando uma ascende, todas ascendem”, afirma.