Eles estão exaustos, mas não medem esforços para cuidar de nós, estes são os profissionais da Saúde diante da pandemia contra a Covid-19.
Desde que iniciou sua vida profissional na Enfermagem, Josiane Gonçalves adquiriu não somente experiência e habilidade na área, mas também conhecimento para se especializar nos atendimentos. Em 21 anos de carreira, Josi trabalhou cinco deles na Emergência e 16 na Terapia Intensiva. “Comecei a trabalhar muito jovem, insegura e ansiosa, fui descobrindo mais que patologias e procedimentos, mas também rostos cansados e olhos amedrontados, mãos frias e trêmulas, precisando bem mais que analgésicos ouantipiréticos, em busca de solidariedade ecompaixão. Aprendi a trazer para os meus plantões além do material de bolso, sorriso no rosto, o toque com suavidade, uma palavra de conforto”, lembrou.
Aos poucos, a enfermeira foi conquistando respeito diante das adversidades. Se de um lado está a luta árdua e cheia de sacrifícios e abdicações, do outro ela se sente realizada com as conquistas. “Sou muito grata a todos que em algum momento contribuíram para a minha vida profissional e se tornaram responsáveis pelo que sou hoje (colegas de trabalhos, amigos, pacientes, familiares, professores, minha família e meus alunos). Que venham mais 10, 15, 20 anos de trabalho”, disse.
Josi trabalha como enfermeira intensivista na Santa Casa de Misericórdia de Itapeva desde que se formou e atualmente também é coordenadora de Enfermagem na UTI Covid do Hospital Estadual Covid-19 AME Itapeva. Com um extenso e invejável currículo repleto de especializações, a enfermeira decidiu compartilhar seus conhecimentos com demais profissionais da Saúde, formando-se em Coach em Liderança pela Instituto Brasileiro de Enfermagem – IbraEnf, e compartilha experiências em palestras em faculdades, hospitais e cursos técnicos, bem como em sua página no Facebook“Nurse Leader Coach”, que conta com mais de 35 mil seguidores.
“Nós profissionais da Saúde temos trabalhado dia e noite, sete dias por semana, incessantemente para atender a população, principalmente diante da pandemia. Não queremos aplausos ou panelaços, queremos apenas respeito, pois atrás das máscaras ‘faceshilds’ existem pessoas exaustas fisicamente e psicologicamente, que no final do plantão voltam para a casa e nem assim não descansam, pois muitas vezes somos tomados pelo medo, insegurança, com pensamentos presos nas perdas diárias e no que iremos enfrentar no dia seguinte. Não é fácil e nunca será perder o amor de alguém em nossas mãos. E nós também somos o amor de alguém”, explicou emocionada.
Além dos tratamentos frente à Covid-19, Josi também é membro da CIHT- Comissão IntraHospitalar de Transplantes há 6 anos e disse à nossa equipe que não tem sido fácil atuar neste setor. “No início da pandemia as doação e transplantes quase que zeraram pela questão da segurança do transplantado, há alguns meses voltamos ao processo de doação e transplantes, seguindo todo um protocolo de segurança devido à Covid, porém, ainda seguimos com os números baixos. O motivo da não doação é a desinformação sobre o assunto, o não saber a vontade de seus entes queridos. A única forma de mudarmos o cenário do transplante, mudando vidas de milhares de pessoas que aguardam por uma esperança de uma qualidade de vida, ou mesmos para continuar a viver, é o seu SIM. A vontade é sua, mas a decisão sempre será do seu familiar. Converse, deixe que seus familiares saibam da sua vontade. Doe vida! A vida continua”, completou.
Com o avanço da vacinação contra a Covid-19, o número de casos vem reduzindo, quase que zerando a fila de espera por um leito. “A redução de internações e óbitos comprova a eficácia dasvacinas, independente da ‘marca’. Deixo então um pedido à população: se o cronograma do seu município estiver contemplando sua faixa etária, não deixe de se vacinar, pois é por você e por aqueles que você ama. Estamos vencendo essa guerra, um dia por vez”, finalizou.