Na sexta-feira (20), a população de Itapeva teve acesso através das redes sociais a imagens que chocaram e viraram uma grande polêmica na cidade, onde protetoras de animais denunciaram situações de maus tratos no CPA – Centro de Proteção Animal do município.
Nas imagens foi possível ver diversos cachorros magros, alguns cachorros mortos descartados dentro de baldes plásticos, outros em fossas, baias onde os animais vivem lotadas e com muitas fezes, cachorros grandes junto com pequenos, e vários doentes, além de constatarem uma cadela que teria sido levada ao local saudável e que estaria desnutrida.
As imagens logo viralizaram e deixaram muitas pessoas indignadas com a situação em que os cachorros foram encontradas, inclusive com uma filmagem onde aparece três pitbulls presos dentro de uma gaiola. Nas imagens também foi possível ver que o clima entre as protetoras e os responsáveis pelo CPA ficou tenso em diversos momentos, inclusive com relatos de agressões de ambas as partes.
Depois das discussões, a polícia foi acionada e o caso foi parar na delegacia onde todos os fatos foram registrados.
No mesmo dia, o responsável pelo CPA, Samuel Valdemar, deu sua versão a nossa equipe de jornalismo expondo sua versão sobre os fatos. De acordo com ele, as protetoras teriam invadido o local no momento em que os funcionários se preparavam para limpar as baias, pois acabava de amanhecer e que as fezes seriam da noite anterior, quanto aos animais mortos, seria resultado da fuga de três pitbulls da baia onde estavam e que por isso precisaram conter os animais na gaiola e que estavam arrumando uma baia mais adequada para que os cachorros não conseguissem pular. Sobre a questão dos animais magros, a informação foi de que muitos já chegaram assim e que outros tinham dificuldade em chegar até o cocho de ração, mas que uma veterinária contratada há pouco mais de uma semana já estaria providenciando a readequação desses cachorros.
Na ocasião dos fatos, o local abrigava ao todo 345 animais entre cães e gatos, uma superlotação que de acordo com os responsáveis se dá devido a recolher os animais sem estar dentro dos critérios para a recolha, algo que acontece devido a interferências políticas, segundo o relatado para a nossa reportagem.
Nesta segunda-feira (23), após toda a repercussão do caso, houve uma reunião na Câmara Municipal de Itapeva que contou com a presença das protetoras, representada por umas das presentes no dia da denuncia, Thereza Barros, do responsável pelo CPA, Samuel Valdemar, do comandante da Polícia Militar Ambiental, Tenente Leandro, dos vereadores da Comissão de Defesa dos Animais, Tarzan, Marinho, Débora, Ronaldo, Lucinha e Saulo, além de representantes da OAB, Poder Executivo como a Secretária de Meio Ambiente Tatiana de Carvalho, entre outras autoridades convidadas a participar da discussão.
A discussão por vezes precisou de interferências do vereador Tarzan que presidia comissão na tentativa de encontrar uma solução. Questionamentos como a falta de mutirão de castração foram feitas diversas vezes, algumas ideias como a criação de um portal onde a população pudesse acompanhar passo a passo os cuidados com cada animal também foi vista como uma saída plausível para uma fiscalização eficaz.
Já ao ser questionado, o Comandante da Polícia Militar Ambiental responsável pelo pelotão de Itapeva, Tenente Leandro, disse que ao verificar a situação, os policiais entenderam que os responsáveis pelo CPA no primeiro momento não estariam cometendo maus tratos e que o ocorrido seria fruto de uma fatalidade e diante disse suspenderam a multa e a prisão que poderia ocorrer caso constatado os maus tratos. O comandante também disse que durante o devido processo legal será esclarecido se o responsável, Samuel agiu por dolo ou não e assim as medidas na forma da lei serão tomadas conforme a investigação.
O representante da Polícia Ambiental ainda salientou que é necessário que não se deve apenas cobrar e apontar os defeitos, mas compreender a dificuldade do local e colaborar de algum forma para o bem dos animais.
Ao final da discussão, na visão de muitos, a situação está longe de ter uma resposta satisfatória e o caso segue sob investigação para e a Polícia Civil deve apontar se o que houve foi realmente um caso de maus tratos dos responsáveis pelo CPA ou uma fatalidade devido à falta de estrutura para receber uma quantia tão grande de animais.
No entendimento de todos a falta de conscientização da população também coopera para que a situação chegue neste nível e há também a cobrança em cima da Prefeitura Municipal de Itapeva que não está realizando políticas públicas seja de conscientização, castração e fiscalização.