Hoje, dia 17 de outubro, às 14h, 250 alunos da E. M. Dirce Lara da Silva, que fica no distrito de Guarizinho, em Itapeva, terão a oportunidade de assistir “Magavilha”. Com mais de 100 apresentações de Norte a Sul do Brasil, e uma esticada até a Itália, Alemanha, Suíça e Eslovênia, a palhaça, dançarina e arte educadora Iris Fiorelli está na estrada com este espetáculo desde 2011 (e trabalhando com arte desde seus 14 anos de idade). A expectativa é que nessa turnê o projeto alcance cerca de 2 mil pessoas.
Em “Magavilha”, tudo se passa em um ambiente minimalista, amparado por uma trilha sonora executada ao vivo e especialmente desenvolvida para o espetáculo pelo músico Edézio Aragão, parceiro desde 2007. Da cumbia a elementos rítmicos do nordeste brasileiro e a melodias circenses tradicionais, a trilha viaja por diversos estilos musicais, recriando-se constantemente e dando a toada desta trama simples, em que a plateia é convidada a participar de forma direta na construção do espetáculo.
Em cena, Carmela chega atrasada, e espera o início do show de um mágico que não aparece. Curiosa, ela mexe na mala do mesmo, encontra uma garrafa, bebe uma poção e, num instante, se transforma na protagonista do espetáculo em que apresenta números de mágica e dança recheados de comicidade. A “magiclown” (mágica mais clown) resgata truques clássicos a partir de um humor autoral.
Como a vida imita a arte e a arte imita a vida, o espetáculo “Magavilha” nasceu para ser encenado pelo companheiro de Íris na época, como mágico, e ela, como ajudante, “a mocinha que saía da plateia e que gostava dele”, segundo a artista. “Eu tinha aprendido os truques, tinha renovado figurinos com o prêmio da Funarte 2007. Com a tristeza da separação, precisava seguir trabalhando: adaptei o espetáculo, me tornei a protagonista e segui meus sonhos e viagem”, conta Iris. Assim, tanto na vida real como na cena, Íris se tornou a personagem principal.
Dessa forma, o espetáculo leva ao público uma importante mensagem: é fundamental cada um ocupar e exercer o papel central na própria vida. Confiar e ter coragem é a verdadeira mágica para as pessoas seguirem os sonhos, mesmo com todos os nossos medos, atrapalhações e inseguranças, aspectos que a palhaçaria coloca lente de aumento para trazer o riso e a reflexão à plateia, à sociedade. E o fato de termos uma palhaça mulher em cena também fortalece a relevante questão do poder feminino, para que as meninas estejam onde quiserem, com outras habilidades além da beleza, inclusive onde suas vulnerabilidades possam estar.
Outra reflexão interessante que “Magavilha” pode provocar é que nunca estamos sozinhos. No primeiro momento, Carmela se apresenta, mostra seu lado ridículo fazendo jus ao papel social dos palhaços e conquista o público; no entanto, no segundo momento, o show começa a ganhar potência na medida em que a artista vai chamando o público para participar, para criar e se divertir junto, com um frescor que a improvisação traz.
Nas oito cidades, as apresentações serão seguidas de debate, aproximando o fazer artístico do cotidiano e das questões que o espetáculo desperta, além de promover a formação de plateia. As apresentações serão realizadas em escolas ou outras instituições públicas de cada município, visando alcançar um público carente de atividades culturais.
A circulação do espetáculo Magavilha é realizada pela Cia. Las Titis com o apoio da Secretaria da Cultura, Economia e Indústria Criativas do Governo do Estado de São Paulo.