Coautor de Aguinaldo Silva em ‘O Sétimo Guardião’ estrea como diretor em documentário sobre a vida de Seraphim, o pipoqueiro.
O roteirista Adriano Vaz está estreando como diretor do seu primeiro documentário, que conta a história do seu Seraphim Pipoqueiro, figura tradicional da cidade de Itapeva.
Ainda muito jovem, Adriano vendia perfumes para ajudar na renda familiar. Formou-se em Marketing e, durante quinze anos, assessorou empresas, políticos e artistas brasileiros. Em 2016, jogou tudo para o alto e apostou no mercado audiovisual. Roteirista e Storyteller, foi aluno do cineasta Jorge Furtado e integrou as equipes de James McSill e Aguinaldo Silva. Entre seus trabalhos recentes está a telenovela “O Sétimo Guardião”, exibida na Rede Globo. Uma curiosidade sobre Adriano, é que em seu RG constam duas cidades de nascimento: Capão Bonito e Guapiara. Mas como itapevense de coração, resolveu homenagear nossa cidade com este presente, que é o documentário sobre o Seu Seraphim Pipoqueiro. Confira a entrevista:
IN – Do que se trata seu documentário? Como surgiu a ideia de iniciar esse projeto?
Adriano – “Seraphim: Uma Pipoca para Toda uma Vida!” aborda a vida e o legado de Seraphim Martins de Oliveira, conhecido como Seraphim pipoqueiro, uma figura icônica em Itapeva. A história de Seraphim é um reflexo não apenas da evolução física da cidade ao longo das décadas, mas também das mudanças sociais e culturais que moldaram a comunidade. A ideia de iniciar esse projeto surgiu da observação da falta de reconhecimento das histórias e das figuras locais que desempenham papéis significativos em suas comunidades. Quero destacar como pessoas simples, como Seraphim, podem fazer uma diferença marcante através de sua dedicação, amor e conexão com as tradições locais. Então, decidi contar a história inspiradora desse homem simples para celebrar não apenas sua memória, mas também a importância de preservar e homenagear as histórias e pessoas que contribuíram para a construção do tecido social itapevense.
IN – Qual o enredo? De que forma aborda a história do Sr. Seraphim?
Adriano – O enredo segue a jornada de vida de Seraphim, desde sua chegada em 1942 até seu falecimento, aos 102 anos. Ao longo do filme, exploramos não apenas sua trajetória como pipoqueiro, mas também sua integração na comunidade e seu papel na evolução local. A abordagem destaca não apenas seus desafios e realizações pessoais, como seu acidente na juventude e sua resiliência em superá-lo, mas também como ele se tornou uma figura emblemática. Além disso, mostramos como sua presença constante, vendendo pipoca na Praça Anchieta e em frente ao antigo cinema São José, testemunhou as mudanças sociais e culturais ao longo das décadas. O enredo é construído em torno da ideia central de que a história de Seraphim não é apenas individual, mas uma parte essencial da história local. Exploramos como sua vida está intrinsecamente ligada à evolução da cidade e como ele personifica as tradições e a identidade da comunidade.
IN – Como foram as gravações? Quais os desafios enfrentados frente à direção de um projeto grandioso como esse?
Adriano – As filmagens foram intensas. Sou roteirista e nunca tive intimidade com a câmera, mas sabia o que queria. Assim, Walter ficou responsável pela Câmera A e eu pela B. O primeiro dia de gravação foi um desastre. Após assistir às filmagens, fiz anotações, revisei o roteiro e pedi para refazer tudo novamente, e isso se repetiu algumas vezes. Os desafios que enfrentamos foram diversos: o baixo orçamento para executar o projeto, já que o audiovisual é caro; a escassez de mão de obra especializada nos forçou a nos reinventar para oferecer o melhor – quase como um cinema de guerrilha. Sem dúvida, conduzir o processo com mão firme, assumindo o papel de limitador criativo, foi crucial, pois o filme se passa na mente de uma única pessoa, e essa pessoa sou eu, que escrevi o roteiro. Tirar da mente, transcrever para o papel e levar para a tela é o maior desafio para quem dirige. Se funciona bem no papel, funciona bem na tela.
IN – Quem são os atores e como foram selecionados? Soubemos que há a partipação de um grande nome nacional no elenco, fale sobre isso.
Adriano – Todos os indivíduos apresentados no filme são pessoas reais, sua família, amigos, clientes e membros da comunidade. Entretanto, trouxe para esse projeto o ator Paulo Betti, que de prima se entusiasmou com a história e aceitou o meu convite. Mas o destaque principal está na própria figura de Seraphim e nas pessoas comuns que o cercam, cujas histórias e testemunhos são fundamentais para contar essa narrativa emocionante e inspiradora.
IN – Qual a mensagem do documentário? Qual o objetivo em passar essa mensagem?
Adriano – Quero transmitir a ideia de que figuras como Seraphim, apesar de suas origens simples, têm um impacto profundo e duradouro em suas localidades; também quero destacar a importância de reconhecer e valorizar as histórias e as figuras locais que desempenham papéis significativos, inspirando o público a apreciar e celebrar as pessoas comuns que contribuem para o tecido cultural e social. Mostrando como suas vidas e suas histórias são dignas de reconhecimento e respeito. Além disso, ressalto a importância de preservar as tradições e a identidade em meio às mudanças sociais e culturais. Ao destacar a história de Seraphim e sua conexão ao longo das décadas, espero promover a reflexão sobre a importância de manter vivas as raízes e as histórias que moldaram uma comunidade.
IN – Recentemente houve a solicitação para que fosse colocada a estátua do Seu Seraphim na Praça, onde ele trabalhou por 70 anos. Tal pedido foi baseado em seu documentário. Qual o sentimento diante dessa homenagem?
Adriano – A inclusão do nome do filme na estátua me emocionou profundamente e me encheu de gratidão por fazer parte desse processo. É um testemunho do poder e da ressonância das histórias como a de Seraphim. Esta homenagem vai além de simplesmente validar a importância de preservar e celebrar figuras locais; ela ressalta o impacto transformador que o cinema documental pode ter ao dar voz às pessoas comuns e inspirar mudanças positivas em suas comunidades. Espero que a presença da estátua de Seraphim na Praça não apenas honre sua vida e legado, mas também funcione como um lembrete tangível da importância de reconhecer e valorizar aqueles que enriquecem nossas localidades de forma única e especial. Gostaria de aproveitar esta oportunidade para expressar minha sincera gratidão ao vereador Robson Eucleber Leite pela sua iniciativa e sensibilidade em tornar essa homenagem uma realidade.
IN – Deixe suas considerações finais e um convite para que possam assistir e prestigiar!
Adriano – Gostaria de expressar minha gratidão a todos os envolvidos neste projeto. Em especial, quero agradecer à Eliana Chueri pela pesquisa e produção dedicadas, e ao Walter L dos Santos pela fotografia e edição excepcionais. Um agradecimento especial também ao Rafael Oliveira, filho de Seraphim, por sua confiança e colaboração inestimáveis. Não posso deixar de agradecer todos os entrevistados, tanto os que aparecem no vídeo quanto os que não aparecem, por compartilharem suas histórias e contribuírem para este documentário. Um agradecimento especial também ao músico Fernando de la Rua e ao ator Paulo Betti, que gentilmente embarcaram nesta jornada conosco; minha gratidão a todos os integrantes da Secretaria de Cultura e Turismo pelo apoio, e aproveito para registrar que esse projeto só se tornou possível graças aos recursos públicos garantidos pela Lei Complementar nº 195/2022 (Lei Paulo Gustavo). “Seraphim: Uma Pipoca para Toda uma Vida!” estará disponível a partir de 1º de maio no meu canal do YouTube (www. youtube.com/@_adrianovaz_). Espero que todos vocês se divirtam e se emocionem tanto quanto euao fazê-lo.