O esforço pela inclusão social e escolar de pessoas com necessidades especiais é a resposta para uma situação que perpetuava a segregação desses cidadãos e cerceava o seu pleno desenvolvimento. Até o início do século 21, o sistema educacional brasileiro abrigava dois tipos de serviços: a escola regular e a escola especial – ou o aluno frequentava uma, ou a outra. Na última década, o sistema escolar modificou-se com a proposta inclusiva e um único tipo de escola foi adotado: a regular, que acolhe todos os alunos, apresenta meios e recursos adequados e oferece apoio àqueles que encontram barreiras para a aprendizagem.
A Educação inclusiva compreende a Educação especial dentro da escola regular e transforma a escola em um espaço para todos. Ela favorece a diversidade na medida em que considera que todos os alunos podem ter necessidades especiais em algum momento de sua vida escolar. A opção por este tipo de Educação não significa negar as dificuldades dos estudantes. Pelo contrário. Com a inclusão, as diferenças não são vistas como problemas, mas como diversidade. É essa variedade, a partir da realidade social, que pode ampliar a visão de mundo e desenvolver oportunidades de convivência a todas as crianças.
Em Itapeva, escolas estaduais e municipais oferecem um amplo rol de mecanismos, projetos pedagógicos e profissionais especialistas para que a inclusão seja, cada vez mais, efetivada no ambiente educacional. Além dos professores especialistas que atuam dentro das salas de aula, as escolas contam também com o Ceapem – Centro de Apoio Pedagógico Multidisciplinar, criado pelo decreto nº 5.210/2003 e que atua na Educação Especial Inclusiva de alunos da Rede Municipal de Ensino. São atendidos na unidade cerca de 700 alunos dos ensinos infantil (a partir de quatro anos), fundamental e médio. Os alunos que são assistidos pelo Ceapem são os que possuem deficiência (intelectual, visual, auditiva e também físicas e múltiplas), transtornos globais do desenvolvimento (autismo e seus espectros) e com altas habilidades e superdotação. Para atender estes alunos, o local também possui três salas de recursos que são voltadas ao ensino especial, que são a de pessoas com autismo, para deficientes visuais e auditivos, e a de recursos multifuncionais 40 horas, enquanto a sala de recursos da Educação Infantil é de 30 horas.
“Olhando para a trajetória histórica, ao longo da existência humana, sempre existiram pessoas com deficiência, a forma de como essas pessoas foram sendo tratadas é que foi se diferenciando. Estamos vivendo a era da inclusão, a inclusão das pessoas com deficiências, com isso faz-se necessário prover condições de acesso e participação garantindo serviços de apoio especializado de acordo com as necessidades individuais e a transversalidade das ações da educação pensando em recursos didáticos que eliminem as barreiras no processo, ofertando uma aprendizagem efetiva a esses alunos”, contou a Professora de Educação Especial e Inclusiva, Life Coach e Analista Comportamental Rosana Nicácio Fortes Macedo.
Na próxima semana, aprofundaremos o assunto em relação as escolas regulares do município de Itapeva, que recebem alunos especiais e promovem a inclusão. Acompanhe a nossa série de reportagem sobre a Educação Inclusiva no município.