Em meio a tantos comentários sobre a falta de medicamentos na Farmácia Municipal, bem como o enfrentamento de uma CEI na Câmara de vereadores e, na última semana, denúncia de marmitas azedas para funcionários da Saúde, nossa equipe entrevistou a secretária de Saúde, Maria Eliza Ferraresi, a qual esclareceu os assuntos, confira:
IN – Maria Eliza, está acontecendo uma CEI relacionada aos remédios em Itapeva. Faltam remédios para a população?
Secretária – Não falta remédio para a população, até porque aviamos uma média de 20 mil receitas por mês. Temos sim alguns impedimentos na questão da aquisição, porque a gente segue exatamente o que manda a legislação, a Lei 8666.
IN – O que você atribui a abertura de uma CEI relacionada a esse tema?
Secretária – Na verdade, é pela morosidade mesmo do processo, porque para que a gente possa fazer uma licitação limpa e transparente a gente precisa de pelo menos três orçamentos. Três orçamentos significam uma média no mínimo de 45 dias, porque são mais de 15 mil itens licitados e a gente depende desse retorno das empresas para poder abrir essa licitação.
IN – Como está o seu relacionamento com os vereadores em função desse momento em que você vive?
Secretária – Eu nunca tive algum problema com os vereadores, acho que a CEI vem para nos fortalecer, mostrar que o que estamos fazendo está correto.
IN – O atendimento hoje, vemos muitas reclamações, principalmente nas redes sociais, o atendimento humano não é compatível com o que você sonha? Existe possibilidade de melhora?
Secretária – Na verdade falar de pessoas não é fácil, porque se dependesse de mim com certeza seriam muito melhores os atendimentos. A gente tem um trabalho junto a Educação Permanente de estar qualificando toda a linha de frente dos atendimentos, porém, depende muito de cada um, mas com certeza se dependesse de mim o atendimento seria o melhor possível.
IN – Houve um questionamento recente, inclusive saiu uma matéria no IN a respeito, sobre compra de marmitas. Por que se compra tantas marmitas na saúde?
Secretária – Bom, a compra das marmitas, na verdade, a gente segue uma legislação, onde todo funcionário que trabalha 12 por 36 tem o direito a alimentação. Então hoje nós fazemos aquisição de marmitas para UPA, SAMU, residência terapêutica, que é uma responsabilidade nossa, é um compromisso assumido com o Governo Federal, e para todos os pacientes que frequentam diariamente o CAPS.
IN – Qual a maior dificuldade que você vem encontrando nesse trabalho à frente da Secretaria?
Secretária – O trabalho, por mais que você se desdobre, que você faça, que você tenha seriedade, compromisso, a população carece cada vez mais do atendimento. Enfrentamos, não é o município de Itapeva, mas enfrentamos a nível nacional, a responsabilização grande dos outros entes federados que cada vez mais devolvem para nós a responsabilidade, que são do governo do Estado, e da Federação. E o recurso financeiro não vem. Então é assim, sei que a população está precisando demais, porém, nós precisamos também que o Estado e a Federação olhem melhor para os municípios.
IN – Sempre há comentários diversos em relação a convivência da Saúde e Santa Casa de Itapeva. Existe algum problema visando o Pronto Socorro?
Secretária – Não, pelo contrário, temos um ótimo relacionamento com a Santa Casa de Itapeva, lógico que tem coisas que a gente discute, mas sempre de uma forma salutar, avançamos muito na questão da contratualização da Santa Casa, muitos procedimentos que não eram realizados, no decorrer do tempo a gente conseguiu implementar, então eu acho que isso é um processo que a gente vem só crescendo e cada dia mais melhorando para a população.
IN – O atendimento na UPA é o ideal?
Secretária – Para mim hoje o atendimento da UPA é de excelência. Temos algumas dificuldades lógico na questão pessoal, porém, eu acho que a gente avançou muito, porque como pegamos o governo em 2017, tínhamos dois médicos à frente no atendimento. Hoje nós contamos com cinco médicos, sendo dois clínicos, dois pediatras e um emergencista. O quadro de funcionários que era bem a quem da necessidade, hoje estamos com um quadro praticamente completo. Então eu acho que a gente melhorou bastante.
IN – Onde precisamos melhorar ainda?
Secretária – Eu acho que a gente precisa melhorar na questão humana, onde as pessoas hoje quando o trabalho na saúde em si, quando você está à frente da saúde, a gente tem que sempre pensar que o que chega até nós, tem algum problema. E esse problema a gente tem que encarar e acolher com a maior presteza possível, porque de repente poderia ser um ente seu. Então porque não tratar bem essa população que está chegando até nós? Eu tento fazer um trabalho melhor, uma qualificação desse pessoal que está na linha de frente porque a humanização é a chave do negócio.
IN – Qual a mensagem que você deixa a população as vésperas dos 250 anos de Itapeva?
Secretária – Eu gostaria de falar para a população para ter um olhar maior junto a questão da saúde, pensar que estamos fazendo o possível, gostaria de fazer muito mais, porém, precisamos de um olhar ampliado dos governos seja de Estado, seja da União, para que olhem a nossa população como um todo a nível de Brasil e melhore esses repasses financeiros, porque infelizmente sem recurso financeiro, por mais vontade que você tenha para fazer determinadas situações, você precisa do recurso financeiro. Então eu preciso que a população me ajude e assim sempre que tiver algo a desejar ou a reclamar faça, mas faça de uma forma legal, venha na Secretaria da Saúde, ligue no 0800, por favor, para que eu possa ajudar a melhorar a nossa saúde, não só de Itapeva, mas como região também. Gostaria que todos verificassem a saúde que nós temos a nível nacional. Hoje Itapeva avançou muito com o governo Cavani. Governo Cavani nos dá autonomia para fazermos o melhor para a população tenham a certeza disso.