O vereador Wilson Margarido (PP) está propondo um Projeto de Lei que visa implantar nas escolas de ensino fundamental em Itapeva a prática de artes marciais.
De acordo com Margarido, ao contrário do que muita gente pensa, a arte marcial constrói o desenvolvimento psicossocial e os valores aplicados são levados a sério pelos alunos, pois a hierarquia nas artes marciais precisa ser respeitada. “Entrar em forma, fazer amizades, desenvolver o autocontrole e a disciplina, extravasar as tensões, quem pratica uma arte marcial busca bem mais do que aperfeiçoar-se na defesa pessoal, não existe arte marcial sem respeito pelo ambiente, sem a valorização do adversário, respeitando o colega de treino”, disse.
Consideram-se artes marciais “as atividades físicas que, sob a forma de lutas, possuam como finalidade contribuir para a integração dos praticantes na promoção da saúde e educação e no exercício da cidadania”.
De acordo com o exposto pelo vereador, as artes marciais, como atividade regular de aprendizagem nas escolas públicas, possibilitarão o incremento na formação pessoal e educativa dos alunos, uma vez que os praticantes, invariavelmente, desenvolvem a autoconfiança, o equilíbrio, a disciplina e o respeito, além da socialização e da cultura em sentido amplo.
Margarido defende ainda a tese de que o projeto promoverá a inclusão social. “Estudos comprovam os benefícios para saúde física e mental com a prática de artes marciais, além de ser, também, importante instrumento de inclusão social.
A referida disciplina fará parte da grade extracurricular, não substituindo a disciplina de Educação Física. Ainda de acordo com o documento protocolado na Câmara serão consideradas artes marciais, o Taekwondo, o Aikido, a Capoeira, o Hapkidô, o Judô, o Jiu-Jitsu, o Karatê, o Kung Fu, o Muay Thay, o Tai Chi Chuan e similares.
Ao saber da possível implementação da atividade nas escolas os praticantes das lutas consideradas artes marciais festejaram a notícia. Nossa equipe conversou com o Sensei Ulysses Comeron que parabenizou o vereador pela proposta e falou dos benefícios que as artes marciais proporcionam aos praticantes.
Como professor de Karatê, Ulysses focou mais os benefícios neste esporte, porém, deixou claro que se tratando de bem-estar a arte marcial acaba proporcionando benefícios de forma universal. “Temos grandes professores de Jiu-Jitsu, Judô, Muay Thai, Capoeira, pois acabamos englobando tudo e sabemos que um dos benefícios que podemos agregar ao alunos é na parte física, aumento de força, coordenação motora, melhora o vascular da pessoa, além disso também faz bem para mente, hoje mesmo temos a doença do século que é a depressão e em qualquer médico que você vá ele vai pedir para praticar esportes e muitas vezes mandam praticar uma arte marcial que ajuda muito na auto estima e nas escolas esse trabalho será de suma importância, pois se tivermos pessoas profissionais sérios aplicando o principal benefício será a disciplina, falando do Karatê mesmo, ele vem do outro lado do mundo, do oriente e a disciplina oriental é rígida, cobram generosidade, o sentimento de gratidão que hoje está se perdendo e é preciso colocar isso para as nossas crianças para crescerem como cidadãos de bem e esse projeto com certeza só vem a somar”, comentou.
Ulysses disse ainda que crê que o projeto vai ajudar ainda na luta contra o bullying. “Nossas crianças aprenderão através das artes marciais o companheirismo, a amizade, o respeito, pois a arte marcial não aceita bullying, tirar sarro do outro, isso não faz parte de que pratica a arte marcial, com certeza esse será um trabalho que dará certo, pois já temos algumas cidades que já tem esse projeto e pelo que sabemos está sendo muito bom”, conta o Sensei.
De acordo com Ulysses, além de tudo a arte marcial vai ajudar na parte acadêmica ainda. “No ponto acadêmico é comprovado cientificamente que o foco do praticante de arte marcial acaba mudando, ele presta mais atenção nas aulas, vê o professor com respeito, se mantém em silencio quando o professor fala e assim coopera para a melhora de seus estudos”, diz.
O professor finaliza dando um alerta. “Caso aprovado, será importante aos profissionais que forem atender esses alunos deixar claro que eles não vão aprender a brigar, arte marcial não é briga e sim um ideal de luta, mas lutar para conquistar, que vamos lutar para fazer o correto, dar nosso melhor e com certeza de médio a curto prazo teremos uma resposta muito boa”, finaliza.