Carlos Miranda foi homenageado na Câmara de Itapeva e participou de evento comemorativo ao aniversário do Batalhão da PM
Carlos Miranda, tenente Coronel da Polícia Militar do Estado de São Paulo, do Policiamento Rodoviário, o ator do seriado “O Vigilante Rodoviário” foi homenageado em Itapeva.
O pioneiro seriado brasileiro foi criado e dirigido pelo cineasta Ary Fernandes e teve como produtor técnico Alfredo Palácios, sendo exibido na década de 1960 pela TV Tupi. Ary Fernandes também é o compositor da canção tema de abertura da série, intitulada Canção do Vigilante Rodoviário.
Desde criança, Fernandes sentia falta de um herói 100% brasileiro. A criação da série foi a realização deste antigo sonho. A escolha do tema foi a admiração que ele próprio nutria pela Polícia Rodoviária e pela simpatia que a população sentia por este órgão.
O Vigilante Rodoviário foi ao ar pela primeira vez em março de 1961, na Tupi Canal 4 numa (4ª) quarta-feira, às 20h05 após o telejornal Repórter Esso, e patrocinado pela Nestlé do Brasil. Em 1967, foi novamente reexibido pela Tupi. Durante a década de 1970 a série foi reexibida pela Globo. Até então, a Rede Globo (TV aberta) era a única emissora que havia reprisado a série além da Tupi.
No total foram 38 episódios, nos quais os personagens Inspetor Carlos, interpretado por Carlos Miranda, e seu cão Lobo, lutavam contra o crime, a bordo de uma motocicleta Harley-Davidson 1952 ou de um Simca Chambord 1959, na altura do km 38 da Rodovia Anhanguera onde a maior parte dos episódios foi filmado devido ao clima que se apresenta ensolarado grande parte do ano, fator fundamental para as filmagens externas.
Coronel Carlos Miranda conversou com nossa equipe sobre suas experiências no meio artístico. Confira:
IN- Coronel, conte um pouco do senhor?
Carlos- Eu sou o primeiro herói da televisão brasileira, no filme O Vigilante Rodoviário, porque na época só tinha programas estrangeiros na televisão. Eu, Alfredo Palácio e Ari Fernandes começamos a pensar em alguma coisa brasileira para a nossa televisão. Porque Chatobrian quando trouxe a televisão não tinha programa nacional falando da nossa terra, do Brasil, da Polícia Rodoviária. Foi a maior audiência da TV Tupi, que chamamos hoje de falecida, porque foi uma grande novidade em toda a América Latina. Um ator oriundo do teatro popular do Sesi fazendo o papel do primeiro herói brasileiro, Vigilante Rodoviário. Tivemos 68% de audiência e até hoje não foi quebrado mesmo tendo as grandes novelas que a Globo faz.
Quero deixar um abraço para Itapeva porque eu comandei Itapetininga e é uma região maravilhosa do Estado de São Paulo. E que continue na nossa Itapetininga, Itapeva, Itararé com grande desenvolvimento e progresso.
IN– Coronel, que ano foi esse filme?
Carlos– Eu faço cinema há 74 anos. A televisão só tem 69 anos, no Brasil. E não tinha nenhuma programação brasileira, e nós lançamos Rosa Maria Murtinho, Fúlvio Stefanini, Juca Chaves, Milton Gonçalvez, Stenio Garcia, começaram comigo. O Ari Fontora em Curitiba foi o primeiro ator da Globo a participar do Vigilante Rodoviário, prestigiando essa iniciativa que o Ari Fernandes criou a laços desde a produção o Primeiro Herói da Televisão Brasileira. Até hoje é exibido no canal Brasil, na Net, só não sei o horário porque eu viajo muito, sou vice-presidente do automóvel clube, eu não tenho tempo de ver televisão. Mas até hoje é exibido o vigilante rodoviário.
IN– Como o senhor vê a televisão de 70 anos atrás e a televisão de hoje?
Carlos– Antigamente só o talento, a criatividade e principalmente cultura é que mandavam na televisão. Hoje o IBOPE manda na televisão e não interessa o enredo de uma novela o que interessa é os pontos que ela dá. Eu sou do tempo que não tinha gênero e essas coisas todas modernistas. Nós fizemos culturalmente uma série para a televisão do Brasil para os brasileiros.
IN– O senhor acha que hoje o nível que a televisão se encontra influência os jovens?
Carlos– Olha quem sou eu para dar uma opinião verdadeira, mas a televisão hoje deseduca mais do que educa o povo brasileiro.
IN– Deixe uma mensagem para a população de Itapeva?
Carlos– Eu amo essa área do Estado de São Paulo porque quando eu comandei Itapetininga até Itapeva que considero uma das grandes cidades do Estado de São Paulo quero deixar um grande abraço e depois de muitos anos estou sendo homenageado pela Câmara e pelo 54º. IBPMI trabalho que marca a evolução do teatro, do cinema e principalmente da televisão brasileira. Muito obrigado e um abraço Itapeva.