A física Maria Elisa Chuery Martins Rostelato tem um currículo inspirador, além de uma trajetória longa e repleta de conquistas com suas pesquisas para o avanço de tecnologias no tratamento de vários tipos de câncer. Ela é graduada em Física pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (1979); fez Mestrado em Tecnologia Nuclear pela Universidade de São Paulo (1997); e Doutorado em Tecnologia Nuclear pela Universidade de São Paulo (2005).
A itapevense mora há muitos anos na Capital, mas nos contou em entrevista que tem muito orgulho em dizer que nasceu em Itapeva e que tem história em nossa terra. Quando adolescente, mudou-se para São Paulo para estudar física, sua grande paixão, e logo iniciou o trabalho no IPEN – Instituto de Pesquisas Energéticas e Nucleares, onde atua até hoje no Centro de Tecnologias das Radiações com estudos para tratamentos oncológicos.
Recentemente, Maria Elisa foi indicada ao prêmio Inspiradoras 2021, uma parceria da Universa e do Instituto Avon, que tem como missão descobrir, reconhecer e dar maior visibilidade a mulheres que se destacam na luta para transformar a vida das brasileiras. Mais adiante, foi comunicada que estaria entre as finalistas da categoria Inovação em Câncer de Mama, com o seu projeto para a redução de intervenções cirúrgicas durante o tratamento contra o câncer mamário, por meio de um dispositivo criado por ela. “O objetivo deste estudo e da sementinha, como eu chamo o dispositivo, é minimizar cirurgias invasivas e proporcionar melhor qualidade de vida para quem já está passando por um tratamento difícil, que é contra o câncer”, explicou.
Essas ‘sementinhas’ têm iodo-125, implantes cilíndricos de 4,5 milímetros de comprimento por 0,8 milímetros de diâmetro, que são inseridas no local que deve ser tratado para a liberação de material radioativo. A técnica desenvolvida pela itapevense já é utilizada em tratamentos de câncer de próstata e nos olhos, com resultados significativos para a eliminação dos tumores. O projeto foi, inclusive, objeto de estudo da sua tese de Doutorado, em 2005.
Porém, em 2015 Maria Elisa recebeu o desafio de profissionais do hospital Beneficência Portuguesa para que o dispositivo pudesse ser utilizado para o câncer de mama. Neste caso, as ‘sementinhas’ funcionam como um marcador para que o médico saiba onde está o tumor na hora da cirurgia, o que também possibilita um espaço de tempo maior até a operação, assim o paciente também pode passar pela técnica de radioterapia durante o processo.
Vale ressaltar que o dispositivo criado por Maria Elisa é totalmente nacional, o que reduz os custos para a sua produção, visto que a importação teria um valor bem alto.
Sobre o prêmio:
A categoria Inovação em Câncer de Mama, do Prêmio Inspiradoras 2021 é reservada a elas: mulheres que descobriram, desenvolveram ou implementaram tecnologias ou metodologias na área. A premiação é uma iniciativa de Universa e do Instituto Avon, que tem como missão descobrir, reconhecer e dar maior visibilidade a mulheres que se destacam na luta para transformar a vida das brasileiras. O foco está em três principais causas: violência contra a mulher, câncer de mama e equidade de gênero.
(https://www.uol.com.br/universa/reportagens-especiais/inovacao-em-cancer-de-mama-conheca-as-finalistas/#page1)
A vencedora da categoria foi a mastologista Hilka Espírito Santo, do Amazonas. Mesmo não voltando com o troféu, Maria Elisa diz que a experiência foi valorosa e que estar entre as três finalistas já foi uma conquista. “Além de chegar à final, a divulgação do meu trabalho foi enorme. Estou muito feliz e realizada”, disse.
Para conhecer mais sobre Maria Elisa, clique no link:
http://lattes.cnpq.br/4947891787244417