No auge dos seus 21 anos, o itapevense Lucas Antonio, filho de Sandro e Rosana, está subindo degraus em sua carreira no futebol de campo. “Meus pais me criaram de uma forma humilde, tive uma ótima infância e gostava muito de brincar com colegas e primos na rua, mas sempre aliando aos estudos”, lembrou. Nestas brincadeiras, Lucas descobriu a paixão pelo futsal, na época.
Aos 10 anos, começou a treinar em um projeto social no Bairro Cecap, com Rock, um morador que utilizava a quadra de futsal do bairro para dar treinos para garotos novos. “Desde lá nunca mais parei, acabei indo jogar em um projeto de faculdade de Itararé, mas sempre no futsal, nunca tinha jogado campo. Foi quando através do meu primo, conheci o professor Quirino que na época (2011) dava treino na escolinha Fut Escola de Craques e na seleção de Itapeva também, que junto ao professor Fábio, da Bola Branca, me convidou para treinar na escolinha e consequentemente o Quirino me levou para treinar na seleção de Itapeva, foi quando tive meu primeiro contato com o futebol de campo e não demorou muito para me acostumar”, explicou.
Em pouco tempo, Lucas se descobriu na posição de zagueiro e com 13 já realizou seu primeiro teste em clube de futebol, no Ituano, onde foi aprovado, mas por ser muito novo, acabou não ficando. “A situação que não me abalou, só me motivou a treinar cada vez mais, pois já tinha se tornado meu sonho e dos meus pais também, treinava praticamente dia e noite em busca de mais uma oportunidade”, contou.
Até que em 2013, com 14 anos Lucas convidado para jogar pela Associação Atlética Itararé, que tinha voltado disputar as competições da Federação Paulista, foi onde jogou seu primeiro Paulista sub-15, como atleta federado. Logo após o fim do campeonato, através de um amigo,conseguiu uma outra avaliação no Ituano, onde mais uma vez foi aprovado, mas dessa vez com idade para poder ficar alojado, então pôde ficar e começar a trajetória como atleta. “No Ituano fiquei dois anos e seis meses, pude jogar diversos campeonatos e fazer jogos contra grandes clubes e sempre mantendo os estudos, coisa que o clube exigia muito. Foi quando em 2016, recebi uma notícia um tanto inesperada, através de uma ligação tinha sido dispensado do Ituano, acabou sendo um ano pessoal muito difícil, tive perdas e problemas familiares”, lembrou. Ele chegou a receber oportunidades de outros clubes, mas acabou não sendo aprovado em nenhum deles.
Só em 2017, após um ano em casa e quase desistindo do seu sonho, recebeu uma novaoportunidade no São Carlos Futebol Clube, já na categoria sub-20 e de lá para cá nunca mais parou, jogou mais dois paulistas sub-20, duas Copas São Paulo, famosa Copinha e com muita dedicação recebeu a primeira oportunidade em 2019 de fazer parte do elenco profissional do próprio São Carlos, onde disputou o Paulista série A3. “Foi uma experiência de grande valia, onde cresci e aprendi muito”, disse.
Em abril de 2019 recebeu uma proposta de jogar pelo famoso Clube Santa Cruz de Recife, onde jogaria o brasileiro de aspirantes. “Não pensei duas vezes para ir. Ficaria mais longe da família, desde os 14 anos morava longe deles, mas era uma oportunidade única e pude viver momentos onde aprendi muito, joguei contra clubes que sempre sonhei e vi pela televisão, clube onde fiquei apenas quatro meses, mas que amadureci muito”, enfatizou.
E após um tempo, em janeiro de 2020, foi contratado pelo Grêmio São Carlense, outro time da cidade de São Carlos (SP), para a disputa do Campeonato Paulista da segunda divisão. “Assinei meu primeiro contrato profissional e pude jogar meu primeiro jogo como atleta profissional, alvo que desde sempre sonhei, clube onde estou até hoje, onde me apresento no começo de fevereiro desse ano para disputarmos novamente o Paulista da segunda divisão, buscando o acesso para série A3”, contou.
A trajetória de Lucas não foi fácil até aqui, ele encontrou muitos obstáculos, em vários momentos pensou em desistir, mas a vontade de vencer sempre foi maior. “Se não fosse por pessoas que apareceram na minha vida nesse meio tempo,como o professor Jonathan da escolinha Araxá e sua família, que desde do começo me ajudaram em tudo que precisei, Fábio da Bola Branca que sempre deixou as postas abertas da sua escolinha para eu treinar, Quirino que me apresentou o futebol de campo e o os principais, meus pais e minha namoarada que nunca me desampararam, onde eu estava, não importa o lugar sempre estavam me apoiando mesmo de longe, e várias outras pessoas fizeram parte desse processo, que direta ou indiretamente me ajudaram chegar até aqui e serie grato eternamente, sem eles não teria conquistado nada”, agradeceu.
Lucas ainda conta que futuramente pretende ajudar jovens e crianças que têm o mesmo sonho que o seu. “Minha história é simples, ainda não conquistei nada, mas vou continuar lutando para poder crescer. Deixo aqui meus agradecimentos também ao Jornal Ita News pelo convite para poder contar um pouco de minha história”, finalizou.