Você sabia que quem escuta é o seu cérebro e não somente os seus ouvidos? O cérebro é o grande responsável por ouvir e compreender os sons da fala e também o responsável por controlar todo o nosso corpo! Ou seja, é o cérebro que entende e processa os sons, então é ele que vai compreender o que os ouvidos estão enviando.
Já percebeu que às vezes estamos em um lugar com barulhos diferentes e conseguimos focar em um determinado som, ou ouvir alguém que está falando conosco sem que o som do ambiente interfira? Isso é possível graças aos comandos do nosso cérebro por meio da cóclea, que possui nervos auditivos emaranhados.
Porém, é necessário estimular o nosso cérebro para que ele ouça melhor. De acordo com a fonoaudióloga Dra. Cintia Fadini Knap, a perda auditiva, por exemplo, pode interferir até mesmo no entendimento do que é enviado ao cérebro. “Quando existe uma falha no sistema auditivo, o cérebro recebe informação de forma incompleta ou distorcida, sendo assim, o paciente pode achar que está ouvindo, mas não está compreendendo e quando isso ocorre frequentemente deixa de estimular áreas importantes como memória e atenção; é comum encontrarmos pacientes que começaram com perdas leves na audição e hoje apresentam prejuízo na memória e atenção”, explicou.
A partir do momento em que o paciente com dificuldade auditiva passa a usar um aparelho, há um processo de adequação. “A adaptação ao uso do aparelho auditivo é muito tranquila e o cérebro se organiza e começa a estimular as áreas cerebrais com novas conexões. Ele sente alívio e menos cansaço durante o dia, diminuindo as dores de cabeça”, disse a fonoaudióloga.
O sistema auditivo também está relacionado à memória, já que durante a vida vamos decorando e memorizando sons, como por exemplo, o barulho do motor do carro ou de um copo de vidro caindo no chão. São sons que sabemos como identificar e que estão em nossa memória auditiva. Se ocorrer de perder a audição na vida adulta, essa memória permanece preservada se for estimulada e pode ser acessada através de um aparelho auditivo, ou em casos mais graves com um transplante.
Para a Dra. Cintia, ouvir novos sons e sair da nossa zona de conforto, é de extrema importância para manter ativa a memória auditiva. “Nosso cérebro precisa estar ativo e não acomodado com a rotina, vivendo novas experiências que auxiliam a manter o cérebro e o sistema auditivo vivos”, finalizou.