“Estudar ciência e ver como tudo tem um porquê sempre me cativou”.
A itapevense Izabella de Macedo Henrique, 26 anos, começou sua carreira como cientista muito nova e hoje é aluna de mestrado da faculdade de ciências farmacêuticas da USP, no Laboratório de Bacteriologia do Butantan. “Eu me formei em 2018 em Biomedicina em Bauru e logo em seguida fui fazer especialização em biotecnologia no Instituto Butantan em 2019, consegui entrar no Instituto e agora faço o meu Mestrado na USP”, contou.
De acordo com Izabella, a sua curiosidade e interesse pelos estudos foram fundamentais desde a sua infância para que se apaixonasse pela profissão. “O caminho foi muito orgânico, eu gostava muito de biologia, então fui para a área da biomedicina, depois disso eu comecei a gostar muito de laboratório, do desenvolvimento de criar coisas novas e saber o porquê as coisas acontecem daquela maneira”, explicou. Foi desta forma que Izabella entrou no mundo da pesquisa, através de uma paixão que já existia, mas com ênfase na educação e no conhecimento. “Hoje, depois do mestrado, eu sei que é essa parte que eu quero focar mais, educação realmente muda tudo na nossa vida. Meu sonho sempre foi aprender e encontrar como a aplicação desse conhecimento pode mudar a vida da minha comunidade”, disse.
Em dezembro de 2019, Izabella conquistou uma premiação extremamente importante no Instituto Butantan chamada Reunião Científica. “É a apresentação de todos os trabalhos do Butantan, são milhares de funcionários e inúmeras pesquisas de diferentes setores. “Em 2019 ao final da minha especialização ganhei o prêmio Jovem Cientista no Instituto Butantan, esse foi um divisor de águas na minha vida, é um título que levo com muito carinho e orgulho. Após um ano de muito trabalho e aprendizado, em que fiz meu absoluto máximo, receber o prêmio foi a confirmação pessoal disso. Mas o maior fruto foi aprender que não somos ninguém sem a nossa comunidade e o quanto devemos a todos que nos auxiliam na caminhada, porque não dá para se fazer ciência sozinho! Compreendi que no final somos uma miríade dos que vieram antes de nós e os que nos ajudaram. Por isso, sou muito grata a todos meu colegas, em especial a toda equipe do laboratório de desenvolvimento de processos e do laboratório de bacteriologia do Instituto Butantan”, lembrou.
Sobre estar no Instituto Butantan, onde foram viabilizadas as vacinas Coronavac contra a Covid-19, para Izabella é motivo de muito orgulho. “Quando eu entrei no Instituto vi que era um lugar ímpar no Brasil, o que abriu muito minha mente para diferentes realidades que eu não tinha conhecimento, além de ter contato com pessoas do mundo inteiro. O Instituto Butantan é um ciclo completo na área da saúde, talvez seja o único no Brasil no sentido de ter pesquisa básica, avançada (que é aquela que vira um medicamento ou um serviço), além da área de testes clínicos, no Hospital Vital Brasil, que é um centro interno, entre outras N partes que possui o Instituto. Eu me sinto muito acolhida dentro do Butantan, fica mais claro que é a ação do cientista, com isso eu consegui aprender muito sobre o que eu quero para o meu futuro e do que talvez não se encaixe no meu perfil também. Eu comecei a me apaixonar pela área de alimentos, vigilância sanitária, segurança de alimentos e eu decidi daí usar os meus conhecimentos científicos pra certa forma consegui comunicar para as pessoas a maneira correta delas fazerem a manipulação de alimentos e como elas estão em dia com a vigilância sanitária. Esse é o meu próximo passo e eu não conseguiria nada disso sem o Instituto Butantan”, esclareceu.
Além de falar sobre o trabalho excepcional do Instituto, Izabella falou sobre o reconhecimento do Butantan mesmo fora do Brasil durante a pandemia.“Eu tive aulas com os responsáveis pela fábrica da vacina da influenza (gripe) e da dengue, por exemplo, então pude ver de perto o cuidado que as pessoas tratam isso e que realmente é uma paixão. Eles são super especialistas nessa área de vacina, por isso conseguiram produzir a vacina contra o Coronavírus tão rápido. Estar lá dentro e saber como funciona é uma grande honra, foi essencial para mim como profissional e como pessoa”, complementou.
Para conhecer mais sobre a Izabella, acesse sua página no Instagram: @bella.alimentos
Neste mês da mulher, Izabella foi uma das entrevistadas pelo Butantan, veja:
Izabella tem 26 anos e trabalha com anticorpos monoclonais com o objetivo de neutralizar as toxinas Shiga, que são produzidas pela bactéria Escherichia coli patogênica e causam infecções gastrointestinais que, em casos mais raros, podem ser fatais. “Nossa pesquisa contribui para o desenvolvimento de ferramentas inovadoras que podem se tornar o único tratamento existente e específico contra a toxina Shiga. Além disso, pode ajudar a conscientizar sobre os graves impactos dessas infecções para a saúde humana, alertando sobre a importância das boas práticas de manipulação de alimentos”, aponta.
ara a mestranda, é impossível pensar na ciência sem a figura da mulher. “Poder contar com exemplos e a normalização das mulheres no meio científico é vital para o acolhimento das meninas que têm essa vocação”, destaca. Em 2019, Izabella foi vencedora do prêmio Jovem Cientista na categoria Especialização, concedido pelo Butantan. “Foi um divisor de águas na minha vida, é um título que levo com muito carinho e orgulho. Mas o maior fruto foi aprender que não somos ninguém sem a nossa comunidade e o quanto devemos a todos que nos auxiliam na caminhada, porque não se faz ciência sozinho”.