Na tarde desta quarta-feira (17), a Polícia Militar Ambiental foi acionada para resgatar um Lobo Guará (Chrysocyon brachyurus) na zona rural de Itapeva, o qual estava com a pata traseira presa em uma armadilha de caçadores, conhecido por laço.
Segundo o Comandante da Base Operacional da Polícia Militar Ambiental, 1º Sargento PM Américo, por volta das 13h00, sua equipe deslocou-se a uma fazenda no bairro da Caputera, zona rural de Itapeva, onde segundo informações dos funcionários da fazenda, o Lobo Guará estava com uma armadilha conhecida como laço presa em uma das patas traseiras.
No local, o lobo refugiou-se dentro de um silo de armazenagem de grão, o que tornou dificultoso a retirada do animal, assim que conseguiram resgatar o lobo, a equipe percebeu que o canídio estava com uma armadilha presa em uma das patas, o material é confeccionado em cabo de aço e acabou decepando a pata traseira esquerda do lobo.
A equipe em companhia de uma empresa especializada na apreensão de animais conduziram o Lobo Guará até uma clínica médico veterinária, onde o animal foi anestesiado e será submetido a uma cirurgia para amputar o membro traseiro esquerdo.
Segundo o Sargento Américo, o Lobo Guará não corre risco de morte, no entanto, seu retorno ao seu habitat ficará comprometido, uma vez que o animal terá dificuldades para se locomover, se alimentar, entre outros hábitos, o lobo ficará em quarentena até que seja encaminhado a algum órgão oficial para acompanhamento e reabilitação.
O Comandante da Polícia Ambiental novamente chama atenção dizendo que o Lobo–Guará é considerado espécie vulnerável que está ameaçada de extinção, pois é duramente afetado pela constante expansão do agronegócio no bioma cerrado, atropelamentos, caça e/ou ações inescrupulosas do ser humano, como por exemplo o desflorestamento.
O Comandante ainda nos explicou que como nossa região trata-se de um ecótono ou seja a transição de dois biomas, mata atlântica e cerrado, então a aparição de lobos guarás em fazendas e pequenas propriedades rurais está se tornando comum, pois em seu habitat natural não está havendo alimento suficiente, assim os lobos–guarás buscam uma forma alternativa de se alimentar, se aproximando de pequenas aglomerações antrópicas.
O Sargento Américo adverte que se o animal for encontrado próximo as propriedades rurais nunca usem de agressividade contra o lobo-guará ou qualquer animal silvestre que seja, embora ele seja um animal classificado como não agressivo, ele estando acuado pode atacar, mas na verdade ele só quer se alimentar e voltar para a mata. Caso haja dúvidas com relação a animais silvestres entre em contato com a Base da Polícia Militar Ambiental para qualquer esclarecimento por meio do telefone (15) 3522-0115. Lembrando que manter animais silvestres em cativeiro, praticar maus tratos contra animais silvestres ou caçá-los é crime ambiental.