Na tarde do dia 9, aconteceu um episódio na Vila Santana, envolvendo um cachorro da raça pitbull e um gato, o que movimentou a cidade e principalmente as redes sociais, pelo fato da cachorra ter sido esfaqueada por uma mulher. O caso foi registrado no Plantão da Polícia Civil.
Diante do acontecido, o IN entrevistou Elizabete Cristina Camargo, a dona do gato, a que esfaqueou a cachorra Mel e os donos do pitbull Ana Angélica Vieira e Leandro Michael de Oliveira e os vizinhos Regiane e Fabrício que presenciaram o acontecimento.
A situação dividiu opiniões nas redes sociais, colocando em xeque a postura da mulher enquanto protetora dos animais. Confira os depoimentos:
Elizabete Cristina Camargo (Betty Camargo)
IN – O que aconteceu neste caso com o pitbull?
Betty – Sábado (09), mais ou menos às 18h30, quase 19h, eu estava em casa, esperando o carro da AAIPA que ia trazer uma casa de cachorro para mim e tranquei meus cachorros, quando escutei um barulho de gato gritando embaixo da minha janela, na hora em que sai para fora vi o cachorro em cima do meu gato, nem vi que era pitbull, só vi que era caramelo. Voltei, peguei o chinelo e comecei a gritar, nisso veio o homem que trouxe a casinha para mim e meu filho, fomos tentar separar, pegamos vassoura, quebrou vassoura em cima dele, pegamos pedaço de pau, jogamos água, de todo jeito. Fizemos de todos os jeitos. Não tinha o que largasse e ele arrastava o meu gato pela rua, balançava o gato gritando, a minha filha de 13 anos chorando.
Daí o que aconteceu, eu peguei na pata do cachorro, mesmo correndo perigo eu arrastei a cachorra para atrás, no que arrastei para trás ela virou para mim, ela soltou o gato e virou para mim. Nisso a minha cachorra que é de porte médio para pequeno pulou nela e ela grudou na minha cachorra, fazendo a mesma coisa sacudindo a minha cachorra, com a boca na garganta da minha cachorra. O que eu fiz, eu gritei para a minha filha na janela para pegar uma faca, ela pegou uma faca, eu dei uma facada com dó nas costas dela, que foi superficial e mesmo assim ela não largou a minha cachorra, foi o momento que eu dei outra facada, ela parou de atacar a minha cachorra, só que nisso ela se revoltou e foi atrás do gato e nisso meu filho estava na esquina com um pedaço de pau, aí ela correu atrás do meu filho, subiu a rua de casa machucada e na hora que ela subiu correndo atrás do meu filho eu fui atrás, só que ela não conseguiu chegar perto do meu filho porque ela já estava machucada, meu filho com a vassoura, com o resto que sobrou da vassoura começou a tocar ela e ela foi em direção da casa onde ela estava. Passou a casa, quase chegando perto da padaria que dá quase uns cem metros da minha casa, o dono apareceu só que em todo esse momento que durou cerca de 15 minutos, o dono não apareceu, não apareceu ninguém atrás da cachorra. Encontrei o dono, fui atrás, conversei com ele, falei sinto muito o que aconteceu ou ia atacar minha filha, atacou minha cachorra, atacou meu gato e eu pedi para socorrer, falei ‘vamos socorrer’, ele falou não, eu falei ‘pare um carro na rua, vamos chamar, vamos levar no veterinário’, eu liguei para a veterinária Giulia para ir lá, no momento ela não atendeu, daí outra menina conseguiu ligar. Ele tendo carro na frente da casa dele, ele não fez nada, a cachorra não estava caída, a cachorra estava sangrando, ele enrolou a camiseta na barriga da cachorra. Meu filho veio correndo chamar meu marido aqui em casa, pegamos o carro, colocamos dentro do meu carro junto com o gato, e levamos na Dra. Giulia, na veterinária, onde infelizmente ela veio a falecer.
IN – Você tem mais alguma coisa?
Betty – Eu falo uma coisa para vocês, essa cachorra acho que faz 20 dias que está com o dono, a nove meses atrás escapou ela e outro pitbull da Nova Itapeva e sumiu essa cachorra e eu fiquei publicando atrás dessa cachorra e a mulher vindo aqui em casa, a gente publicando, indo atrás, perguntando para polícia, para alguma pessoa que achasse e conseguiram achar essa cachorra, estava sendo explorada, tirando cria dela na Vila Mariana. Tanto que a gente ia fazer o Boletim de Ocorrência e ir atrás dos filhotes dela e faz 20 dias que está com ele. Falaram para mim que essa cachorra foi espancada, o outro cachorro foi espancado e faz 20 dias que está com eles. Então eles não sabem a índole de como ela veio. E o cachorro não pulou da grade, porque é impossível, tem mais de dois metros a grade, se fosse um muro de cimento, de tijolo, isso eu sei que pitbull escala, mas ele escapou e não veio em momento nenhum, nas ruas tinha bastante criança, bastante pessoa, mas felizmente ela veio atacar meu gato. Então eu pergunto para vocês: eu tinha que sentar e esperar ver o gato morrer e não fazer nada? Eu tentei de tudo quanto é jeito, não tinha jeito que ela largasse, eu fiz o socorro dela, o que ele está falando é mentira, foram duas facadas, não foram três. E outra, foi na frente da minha casa, em momento nenhum ele veio, ele não viu o que aconteceu. Sinto muito porque eu sou protetora de animais, tanto que eu ajudei eles, aqui na rua os cachorros a maioria estão todos castrados, porque eu fui atrás de castração, vou atrás de vermífugo. Eu tentei ajudar, infelizmente ou era a vida dos meus animais ou era a vida do meu filho ou a minha vida. Porque é um cachorro que não vem com uma plaquinha escrita ‘sou mansa’, como todos falaram era só gritar com ela. Não sei a índole dela. Eu não conheço ela, agora pense um pitbull pegando um gato, e outra meu gato está aqui, ele não anda, tive que tirar do veterinário por causa de custo, tive que trazer para casa, estou medicando ele em casa, ele está com machucados internos e outra ele não sai do lugar, está paralisado, não sei se vai voltar a andar. Agora falar para mim podia ser um gato de rua, que fosse, uma criança. E fala uma coisa, e se eu tivesse matado ele por causa de uma criança eu seria uma assassina ou seria uma heroína? Engraçado inverte, né? Agora eu sou assassina, mas ninguém estava na frente de minha casa para me ajudar, nenhum vizinho saiu para me ajudar, foi eu, meu filho, meu marido e o cara da AAIPA, porque tinha várias pessoas ali e ninguém tentou ajudar. Só depois que a polícia chegou
Ana Angélica Vieira, mãe do Leandro, dono da cachorra Mel
IN – Dona Ana, o que aconteceu?
Ana – Então, eu não estava aqui no momento, mas segundo meu filho e as testemunhas, pessoas que viram, foi um ato muito cruel que foi feito com a Mel. A Mel escapou aqui de casa, ela pulou o mura da área, porque a frente da minha casa é uma casa baixa e foi até a esquina do outro lado e atacou o gato. Segundo o que eu fiquei sabendo é o que ela fez, ela foi deu paulada e não conseguiu tirar a cachorra, não sei como que foi porque só as testemunhas que podem falar, ela deu a primeira facada a cachorra correu, ela chamou a cachorra perto dela, e daí o que ela fez, ela deu a facada na Mel. A Mel correu para o lado de casa e mesmo a cachorra no chão quieta ela veio com a faca na mão, da casa dela que é do outro quarteirão, veio aqui na frente da minha casa e deferiu a facada na Mel. Que onde a Mel levou a facada ela foi socorrida sim na clínica, mas ela morreu após a cirurgia por uma ruptura que deu nela. Agora a pessoa vem e fala para a gente pedindo perdão, eu só posso dizer não sou Deus para perdoar ela.
Leandro Michel de Oliveira dono da Mel
IN – Leandro como foi?
Leandro – Eu estava descendo a esquina quando dei de frente com a Mel toda sangrando na rua, a vizinhança toda viu, daí a mulher que deu a facada chegou perto da cachorra, abraçou a cachorra e pediu desculpa na hora e depois voltou com a faca na mão e foi embora.
Testemunha Regiane Araujo Know
IN – Regiane, o que você presenciou?
Regiane – Eu presenciei no momento em que o carro da AAIPA chegou na casa dela descarregando uma casa de cachorro, até aí achei que fosse dela o cachorro no momento que ele pegou o gato. Só que daí ela saiu feito uma louca, como uma histérica, gritando de dentro da casa ela, ‘pega ele, pega a faca, pega a faca’, o menino saiu, a filha dela nem saiu de dentro da casa e gritando para o marido dela para pegar a faca também, deram rodada na cachorra, ela não soltou o gato, ela deu uma facada, soltou, daí o filho dela subiu para o lado da rua de casa, chamou a cadela, como a cadela era muito dócil, a cadela foi para o lado dele, nisso apareceu um outro cara com um tijolo na mão ficou bravo, tentou jogar o tijolo na cachorra, sem a cachorra fazer nada a cachorra estava ecoada. Daí ela veio atrás da cachorra com a faca com o filho e o marido dela que presenciaram tudo. A filha dela não. Em momento algum a cadela tentou atacar ninguém na rua, com tanto que eu estava com o meu filho no colo, ela olhou bem para a minha cara e falou ‘imagine se é uma criança’. A cadela não foi em cima de ninguém. A rua estava cheia de vizinho no momento, ela fez porque ela quis mesmo. A cachorra foi em cima do gato, mas aí ela começou a gritar histérica que ela ia matar a cachorra, simples assim, ela não quis saber de quem era, se tinha dono, não tinha, ela começou a gritar ‘pega a faca porque eu vou matar ela’. Eu estava na janela, eu vi tudo. O moço da AAIPA não fez nada, ninguém dos vizinhos, porque ela já foi como uma louca, ela e o filho dela, deram rodada na cadela, em momento algum ela rosnou para ninguém, pelo contrário, ela estava ecoada a cachorra estava sangrando e mesmo assim ela veio atrás da cachorra, porque ela falou que ia matar a cachorra. Ela falou que foi para se defender, não foi. A cadela não foi para pegar ninguém na rua, eu vi tudo.
Testemunha Fabrício Araujo Know
IN – Fabrício, quando você chegou, o que você viu?
Fabrício – Eu testemunhei o final do acontecido, até estranhei a movimentação bastante gente na frente das casas os vizinhos, devido a gritaria dos envolvidos ali no caso a Betty, o marido dela, o filho dela e tem um quarto que não é aqui da vila estava de passagem por aqui e se envolveu também. Eu vi a Betty e o filho indo com uma faca no sentido oposto de onde tinha acontecido a primeira facada na Mel e anteriormente já tinham dado paulada e depois ela pediu a faca deu uma facada na cadela, a cadela subiu desorientada, já tinha largado o gato e depois ela acompanhou a cadela no sentido da casa do dono da cadela, ela veio com a faca, ela e o filho dela e deram mais duas facadas, assim a gente ficou sabendo depois da primeira, porque a gente não acompanhou as duas últimas, mas vizinhos de frente falaram e comentaram a respeito dessas duas últimas facadas.